Quatro livros pra começar 2025 estudando ocultismo

Então você começou 2025 pensando "este ano eu vou tomar vergonha na cara e me dedicar ao estudo sério da arte"? Bem... Nunca é tarde pra tomar vergonha na cara começar, não é mesmo? E já que é pra ter alguma seriedade, vamos esquecer as bobeiras do tipo 'São Cipriano - Capa de foda-se Aço' e ler um material sério que te dará base para um estudo sólido!

Vou indicar quatro livros para começar essa jornada. Depois a gente vê pra onde vai...

Se cogitar comprá-los, peço que o faça pelo link daqui, pois assim você ajuda este projeto!

1. O Homem e seus Símbolos – Carl G. Jung

Após terminar esta leitura, é bem provável que você fique estressado só de ouvir coisas como "o arquétipo de Cleópatra da Pedra Filosofal harrypotteana". Com diversas participações, essa obra é um clássico da psicologia analítica e uma das formas mais fáceis de ser apresentado ao trabalho de Jung. Os diferentes ensaios presentes nesta obra irão lhe dar uma base mínima para a compreensão da semiótica comumente vista na senda ocultista. Por mais que críticas ao trabalho de Jung devam ser feitas no campo da terapia consultiva, o seu trabalho como um mitólogo alquimista do inconsciente humano é essencial para a compreensão adequada de uma psiquê que ultrapassa a mera materialidade.

2. O Trivium – Irmã Miriam Joseph

O que no passado foi considerado trivial culminou nas enfadonhas "orações coordenada sindética adversativa" e "orações subordinadas objetivas diretas" que te atormentaram no final do ensino fundamental. Este é o Trivium (ou ao menos deveria ser): a trindade de matérias fundamentais para qualquer conhecimento humano básico, que consiste nas matérias de Gramática, Lógica e Retórica.

Nesta obra, a Irmã Miriam traz de volta a ideia original das Artes Liberais, com amplo contexto e forte base de compreensão. A obra sai da enfadonha gramática presente na sua 'sétima série' e passa para uma leitura capaz de ampliar a compreensão das matérias que ora embasam grimórios como o Ars Notoria. Compreender que gramática é um "conjunto de prescrições e regras que forma um código de linguagem" te fará perceber que não há nada que não pertença à linguagem e que nos seja compreensível. Das linhas de programação à adequada formatação dos Ebós, das orações de benzedeira interiorana às canções que tocam a alma de um ser; nada escapa à gramática, lógica e retórica!

3. História da Magia Ocidental – Irmandade dos Filósofos Desconhecidos

O adequado contexto histórico é necessário para que se tenha seriedade. Esta obra, muito bem embasada, te ajudará a evitar os embaraços de falar que essa ou aquela tradição "vieram do Egito antigo", que a Maçonaria surgiu da Atlântida de Platão ou que "o rosacrucioanismo é uma seita alienígena que visa salvar o universo". Ademais, para muito além das insanidades que se ouve por aí, o livro apresenta um contexto factual do surgimento do pensamento esotérico e mágico ocidental sem entrar na loucura que é tentar gerar comprovações (ou oposições) aos atos místicos, mágicos ou milagrosos. 

4. A Nova Lógica – Raimundo Lúlio

Ramon Llull ou Raimundo Lúlio, é um dos mais importantes nomes para o adequado estudo das matérias de ocultismo e esoterismo (mas vocês não estão preparados para esta conversa). Este livro, que pode parecer difícil em um primeiro momento, é sua tentativa de simplificação da lógica de argumentação teológica por ele desenvolvida. Sua formulação de uma escolástica embasada na argumentativa criou modelos de notação capazes de revolucionar a arte da memória e da lógica. É de suas ideias que nascerá o 'Horoscopium Universale Magneticum' de Athanasius Kircher que culminaria no muito posterior Lamen da Golden Dawn - e isso é apenas um pequeno exemplo da importância que Llull desempenha através de suas obras. Ademais, esta edição bilíngue é excelente para quem está aprendendo latim